Parasita retrata desigualdade social com humor e tragédia
By Isabella Jarrusso - domingo, janeiro 05, 2020
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjt4gSCIbAaM1J5H8tFJT6OY8mBj5jO3XJNQhvD20b7wHEohlTd6WK_l_Hph5vxqEG4l2MTSnfjfhoX35Nr_kK_A9Hv46ROeu3IUv2fjtP96N-z6XkEWXpnx0rourFopgCJR0vtP1DKXp8/s1600/3-2.jpg)
Filme sul-coreano ganhou o mundo com narrativa popular e recheada de críticas sociais
Por Isabella Jarrusso
Parasita (2019) dirigido pelo sul-coreano Bong Joon-ho venceu Palma de Ouro em 2019, conquistou uma indicação ao Golden Globe e um forte concorrente para o Oscar 2020. O longa serviu como um belo jeito de chamar mais atenção do público para o cinema coreano contemporâneo.
A trama conta a história da família de Kim Ki-taek (Song Kang Ho), que vive com a sua esposa Choong-sook (Jang Hye-jin), o filho Ki-woo (Choi Woo Shik) e a filha Ki-jeong (Park So-dam), que passam por dificuldades financeiras, sendo que a única renda da família era dobrar caixas de pizza. Eles vivem um tipo de casa que fica abaixo do nível da rua, em Seul. E do outro lado da história, vive a família Park, habitantes de uma mansão luxuosa. Quando o filho mais velho, começa a dar aulas particulares na mansão da família Park, cria-se uma oportunidade de todos da família se infiltrarem um a um na vida da família rica, empregando-se em diferentes funções.
Segundo o diretor Bong Joon-ho, “o filme é uma história sobre o capitalismo” e a desigualdade social é o ponto principal de Parasita, por se tratar de um problema mundial, a identificação com o tema atinge diversos países, além de enviar um recado crítico que até um país desenvolvido como a Coréia do Sul tem uma grande desigualdade econômica.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9pq2inarmuNQrXiPMgL_4LthPSKedIqDTv5EXcUBiezHqURtdCOfHm6eaUxKM_3cHCq0qyD8DQ8PAwwjtvGNHBlFDtS1CWXEFHrvfzv-eAiKCnCLXVFcH2gkyXb6Zs3KK3H9xqacjP7U/s1600/0588081.jpg-r_1920_1080-f_jpg-q_x-xxyxx-1024x682.jpg)
A narrativa mistura camadas de humor, suspense e tragédia, que vai se desenvolvendo gradativamente durante as duas horas do longa. Traçando uma visão crítica ao mostrar as realidades distintas das duas famílias, construindo o discurso de lutas de classes. O momento mais emblemático que vemos esse choque de realidade é a cena da enchente, que destruiu a casa e o bairro da família Kim, enquanto a sua patroa achou o céu lindo graças a chuva do dia anterior.
O clímax do filme é uma reviravolta impactante, descendo degraus rumo à melancolia, pois é o momento que os personagens perdem todo o controle emocional e sentem a injustiça social. Parasita é uma metáfora sobre o horror da vida real, a situação degradante que pessoas precisam sobreviver com o mínimo, e como o diretor apontou em entrevista para Vulture “Parasita não fala apenas de como a situação atual está ruim, mas de como ela só vai piorar”.
ATUALIZAÇÃO: Parasita conquistou o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no Golden Globe 2020.
ATUALIZAÇÃO: Parasita conquistou o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no Golden Globe 2020.
0 comentários